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"O nosso amor a gente inventa pra se distrair e quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu..."

(Cazuza)





Será que a gente inventa o nosso amor? Mais ou menos. Detesto o mais ou menos, sou adepta do 8 ou 80. "Mais ou menos" pra mim não existe...só nesse caso.

Um belo dia conhecemos uma pessoa. Acontece algo dentro de nós. Pura mágica. Temos a sensação de que aquela pessoa é a nossa metade, quem buscávamos desde muito tempo. Aquela criatura que chegou para nos completar, nos fortalecer.

Mas (sempre tem um "mas") juntamente com esse clima de magia vem a projeção. Construímos uma imagem em torno do ser escolhido. Criamos uma ilusão e, por vezes, colocamos o amado num pedestal. Ele se torna intocável, seguro e protegido. E o pior: sem defeitos.
Sim, no começo tudo é lindo e florido.
É uma equação: paixão + castelos de areia = ser amado.

Não há nada melhor do que o tempo e a convivência para percebemos o que realmente é latente, o que grita dentro de nós e o que sentimos de verdade. Tudo isso somado ao fato de que, com o tempo, as pessoas mostram quem realmente são.

E quando o amor acaba, o que nos resta? O que pensamos? Ele existiu?

Sim, existiu. O que é nosso as pessoas não tiram. Só nós sabemos o que sentimos, o que fala nossa alma. Amamos, nos entregamos. E o "ser perfeito"? Ele não era perfeito. Ilusões e castelos de areia são criados e são, realmente, inevitáveis. Acredito que, de fato, nós "inventamos" o nosso amor.

Sentimos, mas criamos.
Amamos, mas valorizamos qualidades talvez inexistentes.

Inventamos o amor para viver. Inventamos o amor para evitar a solidão. Muitas vezes os castelos são desmoronados pela vida, mas nos agarramos ao passado, procuramos construir tudo novamente, numa tentativa incessante de evitar o confronto com a desilusão e com o medo de ficar só.

Leo Jaime quer encontrar a fórmula do amor.
Eu quero encontrar a lógica do amor. E vocês?
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