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E eu fiquei até às 4 da manhã me sentindo um ovo de Páscoa, fechado, embrulhado, apertado, cheio de coisas dentro. Mas não eram bombons não. Era aquele troço amargo. No meu peito deu uma dor, aquela dor que dói mesmo. Junto com ela tinha um barulho. Sabe aquele barulho de maquininha de dentista? Tzzzz, exato, aquele de obturar dente. Incessante. Ovo de Páscoa e dor que aperta e tem som. Me xinguei de todos os nomes possíveis e, quando esgotou meu repertório, passei a inventar palavras estranhas. Chorei até desidratar e dormi. Estava cansada ontem. Na realidade ontem era um dia em que eu precisava de colo, de uma mão. Estava me abrindo com você, mas você pareceu não entender. Eu contando uma coisa e você, volta e meia, mostrando outras. Não dando muita atenção pro assunto. Engraçado, pois lembrei que sempre te escutava. E não era nenhum esforço, eu gostava. E ontem, bem, ontem era um dia em que eu precisava de você...me dei mal. Mas me dei mal ao quadrado. Não te culpo. É um problema de aceitar as diferenças, de entender que nem todos reagem da mesma maneira. Eu escuto, tô ali 100% e não fico desviando assuntos e mostrando besteiras quando percebo que a pessoa precisa de conforto. E você ainda me acha frágil, é esse o mais bizarro de tudo. Frágil, eu? Sinto, choro, faço drama, pergunto, penso e, de vez em quando exagero. Mas você está errado, de frágil não tenho nada. Você sabe. Mil vezes, você sabe, não é? Mas eu sempre quero falar. E conversar. E pensar. E ser aquela chata e mala e insistente. Você fica triste quando eu fico? Acho que não.
Hoje acordei chorando, mas não ouvi barulhinho de dentista, só os pássaros cantando. Não dei a menor bola pra eles. O dia está cinza, está esfriando e eu estou magoada com você. E meu rosto está igual ao do Shrek. Inchadão.
Sua louca. É bem doida mesmo. Aff, te avisei. Parece que gosta de se estapear. Pleft, toma, merece. Tinha muitas razões pra dar errado. E eu queria uma pra dar certo. Afinidade? Não, era mais do que isso. Mas eu devo ser neurótica, meio obsessiva e com um "quê" de algo não definido ainda pela Medicina. Ai, é burra mesmo. Logo eu, logo eu que sei como as coisas funcionam. Envolve, perde a razão. É assim e eu sei. É assim e todo mundo sabe. É por isso, é por isso que não gosto de perder as rédeas da situação. Mas, ah, eu quero. Quero pagar pra ver, prefiro isso do que escafeder e ficar sem saber se podia ter sido podre de bom ou ruim mesmo. E eu tenho uma vontade filha da puta de fazer sei lá o que comigo agora. Me bater. Me sacudir. Me xingar. Me beliscar. E gritar mil vezes sua idiota de uma figa!! Levo tudo a sério, será? Mania de não abandonar a ingenuidade. Pé atrás, pé atrás. Sou macaca velha, mas fiquei com os 2 pés sempre lá na frente.
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