Ideologia, eu quero uma pra viver

By | 13:24
"Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Ah, eu nem acredito..."

(Cazuza-lindo, lindo, lindo!!)


Querendo ou não, se conformem: o tempo passa. Ele é metido, enfia o nariz aonde ninguém chamou, interfere, resolve, ajuda, deixa na mão. Esse é o tempo. Muito prazer, seja bem-vindo. Será que é bem-vindo o danado? Sei lá. Sei que estou bem desacreditada, sorrindo por sorrir, vivendo por viver. Se o mundo acabasse amanhã, meus caros, eu não daria um pio. Não diria um ai. Não faria nada, apenas balançaria a cabeça positivamente. Quer acabar, seu Mundo? Acabe. Mas faça bem feito, por favor, não deixe marcas, nem cicatrizes, nem machucados. Chega de sofrer, chega de sentir saudade, chega de vislumbrar um futuro cheio de cores. O futuro está aqui no presente e daqui não sai, o tempo não anda, relógio não passa. Às vezes, acontece o pior: tempo se arrasta e nada acontece, nada muda, não há novidade no front. Isso faz com que eu me remexa na cadeira. Deus, faça acontecer uma mini-coisa! Preciso de novidade, daquele cheirinho de novo, está tudo ficando amarrotado, amarelado, melecado. Mas Deus não ouve. A culpa é de Deus? Não. Simplesmente existem coisas que não são culpa de ninguém, elas acontecem sem a menor explicação. Tenta pedir um relatório do que se passa, tenta. Ninguém te dá. Todo dia é preciso recomeçar. Cadê a força? Dá pra ter força nesse mundo onde prevalece o botox? O bacana é ter carrão com bancos de couro, é usar um vestido Christian Dior, é ser loira, ter 310 ml de silicone, é clarear os dentes, é ter uma bunda empinada, é sair por aí beijando o cara mais lindo e gostoso da festa. É ir pra casa dele, transar a noite toda e, na manhã seguinte, sair de lá pé por pé, ir pra casa, tomar banho e ligar para as amigas contando o tamanho do negócio do moço. Uau, que vida, hein? Perdoem, não pertenço a esse lugar, vou embora correndo, me tirem daqui. Está muito difícil ser feliz nos dias de hoje. Eu não sei se continuo me agarrando na esperança. Expectativas em relação às coisas, as pessoas, a tudo. Vale a pena? A gente deve esperar compreensão, aceitação, solidariedade, amor, carinho, amizade? Ando tão decepcionada! Estou cansada de dizer: sou do tempo da vovó. Gosto de amizade franca, honesta, sem interesse. Amor? Gosto de beijo na mão, flores, namoro no portão. Ligação no dia seguinte, continuação. Talvez seja esse o problema. O que eu faço com os meus sonhos? Desisti de colocá-los em prática. E vou ser honesta com vocês: estou desistindo, jogando a toalha. Cansei de ser eu mesma, cansei de levar porrada da vida, cansei de tomar ferro. Deu. Não agüento mais. As pessoas só querem aparecer, são interesseiras, se concentram no superficial. Amor, amizade? Alguém vê? Não. Olha, você tem que ter menos de 50 quilos, ok? Tem que ter. Fecha a boca, toma moderador de apetite, diurético, laxante, chá verde, come só uma alface e uma maçã por dia, malha feito condenada, morre, mas morre com 50 quilos, se não você não presta! Ah, nem vem! Não me julga pelo meu rosto de boneca de porcelana holandesa, pelo tamanho dos meus peitos! Pára tudo, parem! Não quero viver assim. Não quero um mundo assim. Não dá pra amar assim! Se é assim não é pra mim. Se á assim, mundo, acaba logo e me livra desse tormento. Sempre tive uma teoria a meu respeito: ou nasci na década errada ou então nunca, never, me adaptarei a essa bosta de sociedade. Hipócritas, sem-vergonhas, filhos da puta! Gira mundo, gira. E me traz algo de bom. Eu imploro!
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial