By Clarissa Corrêa | 14:21
"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora."
(Cazuza)
A gente insiste tanto no amor. Não seria mais fácil, após retirar os teus pedaços ali do meio da sarjeta, largar de mão, desistir? A dor é tanta que parece ser a atitude mais sensata. Mas não. Algo te pára. Te impede. Te diz que tu não podes ser covarde. Virar as costas e desistir é uma prova de covardia, certo? E a gente quer tudo, menos ter um C.O.V.A.R.D.E carimbado no meio da testa. Por isso tu te estrepa e continua aí, rindo. Por isso tu te engana, tu ama e desama e permanece mostrando a dentadura. Sorriso colgate, crest, ah, esqueci o nome do resto das pastas de dente do mundo! E daí? A gente tá falando de amor. Cazuza, pra mim, ainda vive. Poeta lindo, pessoa honesta, carismático, verdadeiro, sábio e valente. Guerreiro mesmo. Basta observar e analisar as pequenas simples frases dele. Te mexem. Te tocam. Te fazem coçar a testa, como quem quer afastar o pensamento que te sacode. "O amor é o ridículo da vida". Estamos sempre procurando, buscando, tentando encontrar, catando, remexendo nos lixos emocionais pra não perdê-lo. Não queremos que ele se vá, que nos abandone, que nos faça passar fome, frio e que nos traga a sensação de medo. Mas o amor é medo. Medo e prazer e dor e riso. Tudo junto e sem trégua, sem tempo, sem dó. E é absurdamente ridículo.