Além do mar

By | 11:44
"Foi assim
Como ver o mar
A primeira vez
Que meus olhos
Se viram no seu olhar..."

(Flávio Venturini e Ronaldo Bastos)




A solidão de quem ama é tentar se ver nos olhos do outro. Tentar se reconhecer em cada começo de brilho. Tentar se achar a cada mergulho no oceano. A solidão de quem ama é ter expectativas. É regar as expectativas como se elas fossem bromélias necessitadas de água dia sim, dia não. A solidão de quem ama é precisar sentir-se amado em cada momento e a cada segundo.

O amor não precisa de provas, mesmo porque não é escola ou tribunal (apesar de, na vida, sermos todos alunos, réus ou culpados). O amor não necessita de amostras. Ele acontece. Surge. Engata a primeira, a segunda, a terceira e vai. Buzina. Faz curvas. Estaciona. Sobe ladeiras. Mas o amor também dá a ré. Ele anda para trás.

Ele começa a regredir a partir do momento em que esperamos dele muito mais do que ele nos dá. Sonhos, fugas, desculpas, motivos, planos. Eles fazem parte do amor e do histórico amoroso.

Dispenso provas, aceito demonstrações gratuitas. Melhor do que amar é sentir que o outro nos ama.


"Quando eu mergulhei
No azul do mar
Sabia que era amor
E vinha pra ficar..."
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial