Por trás do vestido

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Sabe-se lá o que se passa na cabeça de nós, mulheres. Temos um comportamento diferente de vocês, homens. Possuímos um toque de imaturidade com trechos de maturidade. É algo estranho, confuso. Sabemos, queridos, deixamos vocês perplexos.


Temos tpm, humor instável, uma neurose vezes excessiva, vezes branda. Já viram neurose branda? Pois então, nós possuímos. Somos versáteis, fazemos mil coisas ao mesmo tempo, somos mais resistentes que vocês, mais corajosas, mais profundas. Na verdade: somos mais. Mais dramáticas, mais complicadas, mais estressadas. Agimos com o coração. Vocês são racionais. Nós bem que tentamos, até gostaríamos de possuir esta qualidade. Perdão, darling, não veio no pacote.


Somos assim: sensitivas, sensíveis, possessivas, ciumentas, instáveis, psicopatas. Sentimos ciúmes. Queremos saber tudo da vida da outra (que foi importante para vocês): se é mais bonita, mais inteligente, o que faz, quanto mede. Se o sexo era melhor, se o beijo era mais bem dado, se o perfume era mais gostoso. Queremos saber se elas enlouqueciam vocês tanto quanto nós. Se a ex for mais bonita, certamente acharemos que ela é burra. Se a ex for mais feia, com certeza acharemos que ela é inteligente. Não adianta: sempre colocaremos (e acharemos, se preparem) defeitos. Elas são defeituosas. Lindas, feias, ignorantes, com QI elevado: sempre terão pontos negativos.


Sabe-se lá o que acontece com os nossos hormônios. Conhecemos um cara. Aquele perfeitinho. Que diz tudo perfeitinho. Que age perfeitinho. Que ri perfeitinho. Que beija perfeitinho. Abraça perfeitinho. Goza perfeitinho. Transa perfeitinho. Abre a porta perfeitinho. Ama perfeitinho. Imaginamos o casamento, a casa, o nome dos filhos, dos cachorros, dos gatos. Tudo bem, vocês podem não ser o Mr. Perfect. Podem ter defeitos, mas vocês podem ser perfeitos para alguém. Basta. Se você é perfeito para mim, imagino a cor das nossas almofadas. Imagino nosso dia-a-dia. Imagino o feitio do meu buquê. O estilo do meu vestido de noiva. Imagino alianças da Tiffany ou Bvlgari. Nosso casamento. Quatrocentos e cinqüenta convidados. Linda festa. Show do John Mayer (sim, contrataremos!!). Imagino nossa lua-de-mel no Taiti. Imagine on the people. People cantando, dançando...no nosso lindo e histórico casório.


O amor. Ah, o amor. O amor faz tudo parecer perfeito e real. O amor inventado idem. O amor imaginado. O amor desejado. No fundo, é tudo culpa dele. O amor é meio prostituto. Ingrato. Sem graça. Filho da puta. Mas é bom. Faz crescer. Faz sorrir. Faz doer.


Aí eu páro e penso: com você, só com você, eu imaginei tudo assim. Todas essas coisas de romance bonito de filme, casamento, família, viagens, cachorros, canários, papagaios. Por quê? Porque eu te amo. Porque eu te quero. Porque eu nunca senti por ninguém nada perto do que sinto por você. Porque ninguém fez com que eu me sentisse assim, entregue, na corda bamba, com esse gosto de felicidade na boca. Obrigada. Enquanto houver amor...haverá vida. Sabe-se lá. O futuro? Nem sei. Você sabe? Também não. Só lhe peço uma coisa: não tenha medo de sentir. Não fuja do amor. Melhor que amar é ser amado.


Permita-se. Sabe-se lá o que o futuro nos reserva.
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