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Não escrever prejudica - e muito - o meu humor. Seria muita injustiça culpar o tempo (já viram que ele volta e meia carrega cruzes de todos os tamanhos?). Aprendi, após anos, que quanto mais atribulada é a nossa vida mais nós esprememos as horas até sair pus. Tem que apertar bastante, tirar tudo, esperar sair sangue e aquela água que nunca descobri ao certo o que é. Sei que é o fim de tudo, além de um pouco nojenta. O fato é que depois dela vem a cicatrização e aí um novo ciclo se inicia. Voltemos, então, ao tempo.


O tempo se ajeita entre as minhas almofadas, posso usá-lo como preferir. O problema é que no momento-atual-que-já-está-fora-de-moda ando com preguiça, agora sem trema. Ando preguiçosa e não satisfeita com esta reforma desordeira. Já viram adolescente sair bonzinho do reformatório? Eu não. Vou esperar sentada alguma palavra sair com um bom coração deste acordo. As ideias circulam pelas minhas veias, mas quando eu penso que preciso sentar, enfileirar todas elas e exercitar os dedos já fico exausta. Minha cabeça é uma rave cheia de assuntos, temas, surtos de criatividade e assemelhados, todas suadas, bêbadas, drogadas e dançantes. Não escrevo. O momento passa e vem a bad trip. Por que não escrevi naquela hora? Aquela, a hora boa. Inevitavelmente me culpo. E assim eu sigo, distraída, agarrada em palavras que só existem temporariamente no meu cérebro, depois viram nada, ficam fora da área de cobertura. O pior de tudo é que nem sempre têm previsão para voltar a funcionar. Tente mais tarde.



PS. Para todos os foliões eu desejo um bom Carnaval, vale lembrar daquilo que todos os anos falam e não sei por qual motivo os ananás esquecem: se for beber vá de carona, se for transar use camisinha e se for mexer com a mulher do próximo/homem da próxima veja se o próximo/a próxima são mais fortes e maiores que você.
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