O amor é poá

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É impressionante: antes de amar temos a mania de idealizar o amor. Depois que conhecemos o amor as verdades aparecem, os castelos desmoronam, surgem novas construções. Insisto: amar se aprende amando. Construímos muitos sonhos, mas é no dia a dia que o amor se esconde. E se mostra. E renasce. E se renova.

Na teoria tudo é magia. Na prática, as cores se misturam. O amor é uma tela branca, vazia. Cada um coloca sua cor, seu jeito de pintar, seu tom. O amor é uma melodia. O amor é tanta coisa bonita. E incompleta.

Para mim, o amor é poá. Tenho certeza que você sabe o que é poá. Escolha uma cor. Lilás, pode ser? Então, o fundo é lilás e as bolinhas são brancas. Poá, lilás e branco. Que bonito, que delicado. O amor é o fundo, o lilás. Cada bolinha é uma palavra: convivência, companheirismo, afeto, delicadeza, respeito, paciência, admiração, carinho, tesão, intimidade, amizade, lealdade, sinceridade, fidelidade, e por aí vai. Cada um tem o seu amor, sua forma de amar, seu amor poá.

Eu sou tarada por poá branco e preto. Fundo preto, bolinhas brancas. Cada bolinha é um elemento, um tempero, uma parte do conjunto, uma peça, um passo, uma evolução, um aprendizado. Cada bolinha é um símbolo. Cada símbolo é uma conquista. Cada conquista é suada, batalhada. Porque o amor é não querer desistir, pelo contrário, é resistir, não arredar o pé, querer ficar, querer tentar. O amor é uma eterna tentativa. É a busca por mais uma bolinha. É querer preencher os espaços, o vazio, o fundo de uma só cor. O amor é poá. E a gente completa ele do jeito que quiser.


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