As deliciosas surpresas que a vida nos faz

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Cada um tem o seu processo de crescimento. O meu foi (e ainda está sendo) um pouco demorado. Pensei que minha vida seria todinha programada. Na verdade, planejei ela com o cuidado de um cirurgião plástico. Queria ter a minha casa, minha independência, meu marido, um filho e um trabalho que me realizasse. Eu pensava, tolice pura, que o amor era a solução para todos os meus problemas.

Quem está sozinho sempre acha que um amor resolve tudo. Mas o amor, minha gente, não soluciona gastrite, enxaqueca, unha encravada, dívidas e psoríase. O amor é uma dádiva, acredito nisso, ele vem para quem está preparado, para quem já sofreu por quase-ex-amores, por quem conseguiu promover o grande encontro consigo mesmo. Mas um amor não resolve a vida. Ele ajuda a gente a resolver a vida, a se entender, a compreender melhor como funciona o mundo e nossos sentimentos mais adormecidos.


Minha vida tem sido uma grande - e deliciosa - surpresa. Nada do que planejei de fato aconteceu. Dei algumas cabeçadas até me encontrar profissionalmente. Rasguei toda a minha listinha de pré-requisitos de vida. Não podemos planejar tanto. É vivendo que a gente aprende.


Demorou vinte e sete anos para eu encontrar aquele amor para chamar de meu. E demorou mais um tanto para eu aprender que nunca vou me entender por inteiro. A gente é uma mistura de interrogação com reticências: estamos sempre questionando e fazendo a nossa história.


Tem coisa mais linda?



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