Meu lado brega

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Fala a verdade, todo mundo tem um lado cafona. Eu sou muito cafona. Adoro ouvir Roupa Nova e cantar bem alto "eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir". Gosto de assistir "A patroa é um avião", no Superpop. Também gosto do Discovery Home & Health. Lá tem programas bizarros, como "Pequenas Misses", "Acumuladores", "Traidores" e o melhor de todos: "Eu não sabia que estava grávida". Diversão pura. Amo filme água com açúcar, daqueles bem previsíveis. E, é claro, gosto de novela mexicana. Paola Bracho, para mim, foi a melhor vilã da história das novelas. Também era fã da Heleninha Roitman. "Bota um mambo aí, poxa! Um mambo bem caliente, frenético!" Confesso: adoro usar meias esquisitas. De bolinha, de lacinho, de caveira, de oncinha, de tartaruguinha. Tenho uma calça de moletom rosa que já está meio furada, mas não troco por nada no mundo. É confortável e ótima para ficar em casa.

Certas cafonices me assustam. Usar crocs, por exemplo. Se é uma criança, tudo bem, é fofo. Mas ninguém com mais de 10 anos deveria usar crocs. Já usei "unha decorada" quando tinha 19 anos. E me arrependo amargamente. Acho muito feio! Florzinha, zebrinha, adesivos e outros. Horrível, horrível. O mesmo vale para esmalte cintilante.

Cafona mesmo eu acho sertanejo universitário. E não tirar plástico do banco do carro. E do telefone. E gritar ao telefone. E conversar alto no cinema. E pisar nos outros para subir na vida. E usar roupa muito curta. E ser amigo de alguém só para conseguir algo em troca. E usar maquiagem pesada nos olhos e na boca. Acho que aqui vale "menos é mais": faz um olhão e pega leve na boca. E vice-versa.

Ser cafona é dizer que determinada coisa é "chique". É se deslumbrar com uma roupa ou um sapato. É achar que uma marca é tudo. É não ter nada dentro da cabeça. É tratar mal quem te presta um serviço (seja ele qual for). É não ter educação no trânsito, no elevador, na fila. É tentar tirar proveito de todas as situações. É não mover uma palha para ganhar o próprio dinheiro. É depender dos outros. É bater boca no meio da rua. É ser antipático com o vizinho e com o porteiro. É só falar abobrinha. É não ser polido. É desejar o mal. É usar unhas compridonas. É não saber segurar os talheres. É mastigar de boca aberta. É sentar de perna aberta. É não respeitar o espaço do outro. Ser cafona é não dar valor para o que vem de dentro.


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