Brincadeira tem limite

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Honestamente, não sei o que acontece com algumas pessoas. Hoje em dia os valores estão tão deturpados, tudo tão trocado e errado que sinto medo. Quase um pavor.

Está faltando bom senso. E um pouco de solidariedade. Há algum tempo, o pai de uma amiga sofreu um acidente de carro. Ele morreu carbonizado. Muita gente falou do caso, pois ele tinha dinheiro e dirigia um Porsche. Vale salientar que ele era um cara do bem. Logo após o acidente, pessoas com cocô de pombo na cabeça começaram a mandar fotos por email do sujeito carbonizado. Pra quê? Acho uma crueldade sem tamanho. Além disso, uma escritora que se acha dona da verdade comentou numa rede social que “tinham que erguer uma estátua para o maluco do Porsche”. Me envolvi em uma discussão com a moça, pois perguntei se ela falaria essas coisas se o cara fosse o pai dela.

É fácil apontar o dedo e julgar e falar bobagens boca afora quando não é a família da gente. Eu não entendo de que forma essas pessoas foram criadas, que tipo de educação receberam e qual o conceito que têm de respeito. Também não sei o que realmente consideram engraçado.

Desculpa, eu não vejo graça em compartilhar uma imagem do Homem-Aranha no Facebook com a seguinte frase “desculpe, mas não deixei ninguém morrer na estréia do meu filme”. Esse tipo de “humor” não me faz rir, só me faz ter pena (e excluir) quem compartilha coisas assim. Aconteceu uma tragédia nos Estados Unidos. O presidente Obama se reuniu com os familiares das vítimas. Isso é notícia no mundo inteiro. Não vejo graça fazer piada com morte e doença.

Quando um ator famoso teve câncer muita gente fazia piadinha. Gente, o que é isso? Qual a graça em ter câncer? O pai de vocês já teve? E a mãe? Vocês já acompanharam de perto como sofre uma pessoa com essa doença? O que vocês têm no coração? Me choco, de verdade. Não sou beata nem santa. E quem quiser pode me chamar de quadrada, mas não dou risada dessas coisas, não. Fico é triste e com vergonha do ser humano.

Hoje faz um ano que a Amy Winehouse morreu. E tem gente “parabenizando” a cantora, já que ela está há um ano sem usar drogas. Você pode achar exagero, mas pra mim quem fala esse tipo de coisa e dá risada é a mesma pessoa que pode, com os amigos, atear fogo em um mendigo no meio da praça. Brincadeira tem limite. 
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