O primeiro dia do começo do fim

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O ano acaba de dobrar em uma esquina que eu gosto. Mais para a frente virá uma rua comprida, arborizada, cheia de flores e folhas de um verde vivo. Um colorido sem fim misturado com os mais variados cheiros e sons de pássaros cantarolando, borboletas e abelhas passeando livres. 

Ali no outro quarteirão já está o mês que eu morro de carinho e amor: outubro. Por enquanto pode parecer loucura eu já tocar no nome dele, mas nesta época tudo passa num piscar de olhos. Sei que ele vai chegar apressado, me aquecendo, brindando comigo, fazendo festa, avisando que estou mais madura, inteira, precisa. Também vai trazer na mala um megafone, avisando que o fim do ano se aproxima e traz consigo todas as crises existenciais possíveis. No meio delas a pergunta que nunca dorme ou tira férias: será que fiz o que precisava ser feito? 

Outubro corre mais que maratonista e logo cedo o lugar ao querido novembro. O mês das programações, telefonemas, planejamentos, compromissos e decisões. Ele mal chega e já sai de mansinho, dando espaço ao grande astro do ano: dezembro. O último mês do ano, aquele que muitos amam e tantos outros detestam. O mês do encontro, da reaproximação, dos votos de felicidade e paz, do esquecimento e do perdão, da amizade e da confraternização, da solidariedade e da caridade, da vontade de estar junto e de distribuir os mais gostosos abraços. O mês de reavaliar a vida, os planos, os passos. O mês de relembrar o que fez feliz e o que fez chorar. O mês de deixar para lá o que não mais importa e trazer para perto o que sempre faz e fez bem. O mês de se emocionar, se deixar levar e ter a coragem necessária para iniciar uma nova jornada. O mês de resolver como será o ano seguinte. O mês em que todos nós temos pelo menos um pouco de esperança em um futuro que, botamos fé, será mais bonito.
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