Muita gente acha que, na hora de procurar emprego, basta ter um excelente currículo e uma aparência razoável. Mas nem sempre isso é suficiente. É preciso ter empatia, sorrir na hora exata, calar no momento adequado e saber ouvir atentamente. Mais do que isso: são necessárias também duas doses de sinceridade. Sem pedrinhas de gelo.
Não precisa fazer essa cara de espanto, afinal, sinceridade é algo bonito de se ver e sentir. Eu explico: se o seu futuro empregador perguntar se você sabe fazer determinada coisa não adianta dar uma de "bonzão" e dizer que sim. Se você não sabe, não sabe. Simples assim. E não é vergonha nenhuma assumir que não possui tal habilidade ou que está disposto a aprender, crescer, evoluir, aumentar seus conhecimentos. Mesmo porque querer crescer é essencial. É muito difícil lidar com o ego de alguém que pensa que tudo sabe e que nada mais necessita aprender. Bom mesmo é aquela pessoa que se desafia a aprender algo novo todo santo dia.
Esqueça aquela velha história de chegar em uma entrevista bem penteado, com unhas impecáveis, perfumado e contando quantas especializações no exterior já fez. Nada disso impressiona se você não tem caráter, segurança e transparência. É claro que você precisa cuidar da casca, da embalagem, do que está por fora. É bom cuidar do visual, do hálito, da forma de se expressar. Mas muito mais importante que isso é ser uma boa pessoa. Um bom profissional é como uma casa: vai sendo construído dia a dia, tijolo por tijolo, peça por peça. Já uma boa pessoa é bem mais complicado modificar do dia para a noite. Leva tempo, décadas e muitas vezes a meta não é atingida.
Na hora do aperto muitas pessoas prometem coisas que jamais poderão ser cumpridas. E não tem nada pior do que propaganda enganosa, do que dizer que vai fazer e deixar a desejar, do que faltar com a palavra, do que se vender de uma forma inadequada só para tentar se dar bem. Não sei você, mas eu valorizo e muito as pessoas que se comportam como pessoas. E o que é, afinal de contas, ser humano? É se mostrar por inteiro, com seu lado bom e ruim, seus acertos e falhas, seus pontos finais e suas reticências. Sem máscaras, sem vestir o velho ditado "vassoura nova varre bem". Nós sabemos que no começo todo mundo quer causar uma boa impressão, não é à toa que existe o "amor à primeira vista". Mas não adianta causar uma falsa impressão, conquistar um falso amor. É ou não é?
Acredito que mais vale um honesto que seja esforçado do que um ninja preguiçoso (mesmo porque a preguiça não leva ninguém a lugar nenhum, não é verdade?). Mais vale uma pessoa com sede de aprendizado do que um embrigado de excesso de confiança. É melhor uma pessoa humilde que uma orgulhosa. Por isso, na hora da entrevista seja franco, olhe no olho, sorria se tiver vontade, seja de nervoso ou de felicidade.