Palavras

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"Mulher não tem critério; pode amar a vida inteira um vagabundo que não merece ou deixar de amar instantaneamente um sujeito devoto." (Arnaldo Jabor) Concordo com Jabor no que se refere aos nossos critérios. Hein, critério? Não, não temos mesmo. Desconhecemos essa palavra. Nos deixamos levar pela intuição, instinto e feeling. Mas será que é verdade que adoramos um canalha sem noção? Já me apaixonei por muito vagabundo nessa vida, benza Deus! E já dispensei muitos caras bonzinhos. Sou da teoria do "tudo que é demais enjoa". Homem bonzinho demais é um saco. Aquele que está sempre sorrindo, é 24hs por dia atencioso, tem paciência, é carinhoso, 100% meloso e, pra completar, lindo de viver. Acho um nojo, um pé no saco. Odeio homens grudentos. Os que acordam sorrindo, levam café na cama e ficam olhando embevecidos...aquele olhar de "como tu és linda". Tá bom, gracias, mamãe também acha. Odeio que fiquem em cima de mim todo o tempo. Beijos e abraços a todo o minuto. E declarações e afagos...ah, me deixa! Preciso de ar. De espaço. De tempo. Sou carinhosa e romântica. Claro que gosto de homens carinhosos e românticos. Mas cada um na sua, cada um com sua individualidade. E sem grude, por favor! Bonzinhos demais enjoam. Elogios demais me enjoam. E os canalhas? Na realidade gosto de homem com cara de safado mesmo. Só cara, quero que isso fique super-registrado. O homem ideal, pra mim, teria cara de ordinário e seria bonzinho (na medida certa), sem ser 100% mel. Um pouco de limão faz bem pra saúde. Ainda não achei um exemplar assim. Todo o vagabundo nos faz sofrer. Algumas mulheres adoram isso: quanto mais sofrem, mais rastejam, mais gamam, mais enlouquecem. O indivíduo pisa, humilha, maltrata e elas lá abanando o rabinho e dando a pata. Já fiz isso também. Somente uma vez. Primeira e última. O cara em questão tinha cara de bonzinho, era gentil, educado...depois se revelou um grande babaca. Alguns enganam bem, fingem ao extremo. Mas a verdade sempre aparece...o problema é que, muitas vezes, descobrimos quando é tarde: já estamos envolvidas. Tudo bem, experiências serão eternamente válidas. Voltando aos filhos da mãe, gostaria de entender esse fascínio que algumas mulheres têm pelos cafajestes. O cara é um zero a esquerda, paspalho, mané e ainda mexe contigo? O negócio só pode ser físico, de pele...impossível, pra quem é saudável e tem alguns parafusos no lugar, amar um cretino desses! Acho que sei qual é o ponto-chave de tudo: as palavras. Os canalhas usam o melhor artifício que existe para conquistar e fisgar uma mulher: a fala. Elogios, galanteios, etc. Pode ser tudo falsidade, tudo da boca pra fora. Mas precisamos de palavras. Mulheres não vivem sem palavras. Respiramos palavras. Exalamos palavras. Bonzinho elogia. Canalha te envolve. Bonzinho faz amor. Canalha te joga contra a parede. Bonzinho leva flores. Canalha desliga o telefone na tua cara. Bonzinho chama de linda. Canalha de gostosa. Bonzinho joga limpo. Canalha deixa em banho-maria. Bonzinho é honesto. Canalha diz tudo que tu queres ouvir. Mais uma vez: mentiras sinceras. Já escrevi sobre isso. Nós precisamos de mentiras sinceras para viver. Precisamos nos sentir amadas e desejadas. Canalhas são mestres na arte de seduzir uma mulher. Alguns bonzinhos deixam a desejar nesse sentido. As palavras exercem um alto poder sobre nós. Mas as palavras, a longo prazo, são somente palavras. O canalha te faz sentir amada e desejada, mas te arrasa. Um bonzinho jamais fará isso de propósito, de caso pensado. O vento leva as palavras...e o tempo também. Por isso ainda prefiro as atitudes. Atitudes sinceras. Verdades sinceras. Isso me interessa demais.

PS. repeteco de texto, ele esteve presente no blog anterior...mas o povo pediu, vai novamente!
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