Elefantinho

By | 09:16
De recordação ficou o elefantinho cinza de pelúcia. Aquele que comprei pra você em uma tarde qualquer. Junto com ele tem o seu sorriso, a falta do seu gosto e a camisa salmão. Ah, a camisa salmão!

De um minuto para o outro tudo muda. Em menos de uma semana as coisas se transformam. Numa noite, distraída, ao som de "Baby I love your way" você chega e diz que me quer. Que me gosta. Que está se apaixonando. Que está envolvido. E que tem medo do que está sentindo por mim. E eu fico apatetada e sem palavras. Mas acho lindo. Acho você todo lindo. Eu, que falo pelos cotovelos e sempre tenho uma palavra na ponta da língua, fico muda. Mas feliz. Sinto exatamente o mesmo que você.

Quem gosta tem consideração. Respeito. Carinho. Cuidado. Quem gosta quer ver o outro bem. E tranqüilo. E dá apoio. Quem gosta não tem medo de se expor, nem receio de parecer bobo.

E eu te gosto. Num minuto você estava ali e eu estava feliz. No minuto seguinte você...??? Peraí, o que houve com você? Sei que não sou perfeita, posso brincar em horas erradas (eterna Síndrome de Peter Pan), posso ser impulsiva, cheia de manias, cabeça-dura, braba e etc. O "etc" fica por conta de crises de TPM assustadoras, draminhas librianísticos, esquisitices amorosas, chatice de querer tudo explicadinho e neurose do tipo I (preciso-falar-tudo-que-eu-penso-agora) e do tipo II (preciso-conversar-sobre-o-que-me-incomoda-nesse-momento).

Tudo bem, eu concordo com tudo isso. Meus defeitos são péssimos. E eu queria ter o corpo da Cicarelli. Mas eu sou exatamente assim: imperfeita (e sem corpo de Cicarelli, sorry). Mas estou apaixonada por você.

E você...??? Você me deixou aqui. Com uma cara de paisagem cinza.

Me perdoa, coração. Prometi que você não ia se ferrar mais uma vez. Eu não te menti, é que não sei fingir. Posso até tentar passar a perna em todo mundo (inclusive em mim), mas você sempre me pega. Tínhamos um acordo, mas estraguei tudo de novo.

Perdoa, coração. Ai, ai. Nunca vou ser como você espera. Não consigo me comportar direitinho. Eu sinto, poxa! É feio sentir? Não. Feio é mentir. E fingir.

Desculpa, Stranger, estava numa conversa paralela com o meu coração.

Parei na parte em que você me deixou aqui com cara de paisagem. Eu e o elefantinho de pelúcia cinza...
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