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Não tem nada mais cafona do que encontrar, em uma movimentada avenida, uma faixa com os dizeres "Bebê, volta pra mim. Da tua baixinha". Letras grandes e garrafais. E vermelhas!! Outdoor também serve. "Fábio, eu te amo". Tem gente que coloca uma faixa na frente da casa do seu pretendente. Tem gente que desenha na calçada. Vale tudo: caneta, giz, carvão. Declarações, pedidos de desculpas, manifestações do amor ou da dor. Qualquer motivo é motivo para tamanha breguice.

Uns resolvem pegar o microfone (num bar lotado, SEM saber cantar) e começar um "If you leave me now". Sim, o povo bate palmas pra dar uma força. A pessoa é desafinada, brega e está fazendo uma homenagem para o seu amor. Valeu a intenção, clap, clap.

Aquelas rádios (da pior qualidade) também colaboram com as idéias dos semi-toscos. "Mande seu recado do coração". E aí...rolam trocentos "eu te amo, eu te quero, eu te tudo". Existem algumas rádios que lêem no ar e-mails românticos ou descornados. Aff!

E, junto com tudo isso, ainda existe o anúncio de jornal. Cafona ao cubo. Vergonhoso. "Prometo carinho, atenção, beijos e palavras doces. Me prometo. Me dou de presente". Péssimo.

Estar apaixonado é a coisa mais brega, "uó" e cafona do mundo. Telefone toca, a gente fala aquele ALÔÔÔÔ comprido, esticado e meloso. E baixinho. Se bobear, tentamos fazer aquela super-mega-ultra-power-voz-sensual. Falamos baixinho, ficamos de sorrisinhos, a voz muda, ficamos bregas e viramos toscos. Damos apelidos abomináveis.

Gostar de alguém é tri cafona. Fazemos coisas indescritíveis. Dizemos coisas impublicáveis. Tomamos atitudes completamente fora de propósito e irracionais.

Mas vou contar um segredinho: sou absolutamente cafona. Brega dos pés a cabeça. E uma perfeita tosca. Vim direto da Toscolândia. Bregolândia. Cafonolândia. Pior de tudo? Me orgulho disso. Pior é não sentir.
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