Por trás dessa cara cheia de rímel e blush se esconde uma farsante. Às vezes a gente força um sorriso e mascara o que não está nada legal. O interessante é que a máscara nem sempre é para os outros, mas para nós mesmos. E a gente segura a peteca lá em cima até onde dá. Até o limite. Os outros não têm culpa do que nos machuca a alma e/ou tira o sono (muitas vezes nem nós temos, certo?).
Quando o copo transborda o rímel borra, a cara fica preta e colorida. Mistura de rímel e do blush (cor de terra, rosa) manchado. Nosso rosto, além de inchado, vira uma tela abstrata, cores espalhadas e misturadas. Um quadro. Só falta a moldura. E a moldura quem faz? Nós. Nem sempre tudo é bom, sai como o esperado e de acordo com nossas fantásticas expectativas. Se tá ruim, chora mesmo, desabafa, faz a tela abstrata. Depois lava o rosto (e o resto), passa um demaquilante e toca ficha. Segue o baile, pode até tropeçar, mas segue dançando.
O sapato aperta? Dói o dedão? Fez bolha? Tira e dança de pé no chão. Mas continua a dançar. Permanece na dança da vida. E das cores. Mulherzinha frágil? É tão bom "encarnar" esse papel. Todo mundo fica com peninha "oh, que dó, tadinha". Frágil é cristal, um descuido e ploft, quebrou em um milhão de pedaços. Mulher forte segura bem a peteca, arranja uma saída pra tudo, não é de cristal. É rocha, diamante. Sente, chora, borra o make, mas toma um banho, se renova e não perde a graça. Não perde a dança. Não perde a vontade de pintar 3 mil telas, sejam elas abstratas, de natureza morta, com paisagens, girassóis, figuras humanas, modernas, impressionistas ou simplesmente de estilo indefinido. Indeterminado.
O importante é jamais perder a força, o riso, a graça. Mesmo que dê vontade de mandar todo mundo (e o mundo) pra puta que pariu...agüenta! Mulherzinha frágil é carente e precisa de suporte (técnico ou não). Mulher forte pode tudo, inclusive ser carente. Porque mulher forte não se deixa abater pela "carência". Sabe que os próximos dias serão melhores porque ela confia em si. Confia na vida. E se garante...até o fim. Mesmo que nem tudo seja claro, mesmo que tenha dias de dúvidas e incertezas. Mesmo que sinta que nem sempre o mundo é justo e as pessoas são verdadeiras.
Na dúvida, se precisar de disfarce nos dias ruins, agradece ao santo que inventou essa duplinha maravilhosa chamada rímel e blush. Eles nos ajudam. E muito!