Os quatro dias

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As decisões sempre são nossas. Decisões, escolhas e atitudes. Existem estradas de asfalto, terra e pedras. E existem estradas imaginárias, produtos da nossa mente pra lá de fértil. Obstáculos? Muitos. Força? Nem sempre. Ela está numa rotina caótica há quatro dias. Não sai de casa. Ânimo é uma palavra deveras distante. Ela toma banho e só troca de pijama. Nada de telefones. Não faz as unhas. Não tem paciência para conversas com qualquer espécie humana. Perdeu o espírito esportivo. No rosto, uma marca que ela nem sabe definir. Ela sente um peso na nuca e parece que se tornou um elemento sem história e sem passado. Em quatro dias ela assistiu a mais de dez filmes. Em quatro dias ela experimentou mais de cinco tipos de doces. Em quatro dias ela percebeu que os outros simplesmente não se importam. E ela nem se importa com isso. Está ocupada demais em sentir pena. Pena dela e do seu estado físico-psíquico-conflitante. Me preocupei e perguntei o que estava havendo. Nada, disse ela, esse é um dos efeitos do amor. Franzi a testa e fiz um rápido discurso, o amor é algo bom. Tem gosto de vida. Tem cara de sorriso. Tem jeito de dia bonito. Ela pareceu nem ligar para as minhas colocações. Disse apenas que o amor é utopia. E a dor é o que está presente no seu dia-a-dia. Tic, tac, tic, tac...
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