Minha verdade é sua

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Você acha que me conhece demais. Deve ser pelo meu jeito expansivo e essa mania de não guardar as palavras dentro da boca e do peito. Não gosto de deixar que as palavras juntem pó. Elas foram feitas para serem ditas. O sentimento foi inventado para ser expressado. Então não me controlo, abro a boca e solto o verbo. Não tenho como dizer? Papel e caneta, escrevo (ou tento). Sento na frente do computador e tec-tec-tec, digito tudo que está dentro de mim, ao meu lado. Tem que vir de dentro para fora. E eu tenho essa necessidade de expressão. Preciso das palavras, elas precisam de mim. Então eu faço de tudo para colocá-las na sua frente, na minha frente, na frente do mundo e de quem quiser ouvir, ler.

Mas o que tem de mais precioso em mim é justamente o que você não pode ver. Posso falar, gritar, berrar, esfregar na sua cara. Posso escrever, digitar, imprimir, rasgar, colar. Os meus sentimentos estão sem fazer barulho. Minha verdade está num patamar mais elevado. Minhas certezas se encontram no meu silêncio. Você consegue chegar até ele? O silêncio coloca uma barreira imaginária. Você pensa que conhece tudo o que eu sinto e penso, mas você está redondamente enganado.

Você conhece o que eu deixo. O que eu quero. O que eu mostro. Meu silêncio? É meu. Minhas certezas? Adoravelmente minhas. Minhas verdades? São suas. Estão no patamar elevado. Minhas verdades estão no meu coração e, você sabe, ele é seu.
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