Vinte e poucos anos

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Vinte e poucos anos é uma etapa ingrata. Você não é mais adolescente, mas também não se sente adulto. Você sabe que tem que se portar como adulto, mas não encontra a adultez em parte alguma, a não ser no futuro. Você não tem trinta, ainda não é gente grande. Mas você já deixou de ser gente pequena faz tempo.
Com vinte e poucos anos não se bate mais porta do quarto, ninguém foge mais de casa, não se esquiva de responsabilidades. Mas ainda se é perdoado com desculpas: ele (a) só tem vinte e poucos anos, é jovem!

Uma das melhores coisas da vida é a liberdade. A sensação de que você tem alguém ao lado, amigos, família, realização e...você é completamente livre! A liberdade para mim está diretamente relacionada ao espaço.

Preciso ter tempo para a minha própria solidão. Preciso de um sofá para sentar as minhas loucuras. Preciso andar de pé no chão. Preciso fingir que não ouço o telefone tocar. Preciso ficar sem falar nada nos primeiros minutos da manhã. Preciso do meu próprio silêncio e da minha própria música interna.

Ter vinte e poucos anos não quer dizer nada. Trinta. Quarenta. Quinze. Vinte. Noventa. O que importa, no fundo, é quem você é quando está sozinho. Como você é quando está acompanhado. O que sobra quando a luz apaga. O que resta quando o sol acorda.

De qualquer forma, levo sempre o meu perfume. O meu caderno. Uma caneta. Gloss. Lixa de unha. Minhas lembranças. Minha parte que cresceu. Meu lado que não amadureceu. De qualquer forma ninguém vai adivinhar os meus sorrisos. Eles são meus (e seus...).
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