Desequilíbrio

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Estou me recompondo, no fundo eu minto. Não te esqueci. Estou me decompondo, no fundo você sabe. Não me esqueceu.

Será? Procuro alguma pista sua, algum indício. Tento achar o seu rosto no meio das pessoas que me atropelam. Fecho os olhos para encontrar o seu sorriso. Lá não há nada, a não ser a escuridão. Abro as janelas, deixo os raios de sol me invadirem, mas a luz não chega até aqui.

Em mim o mundo está diferente. Os dias passam e eu nem percebo. Em mim faltam os seus pedaços. As noites são longas e eu sinto aquela saudade doída que, um dia, expliquei para você.

Você lembra? Eu lembro que você falou que ia me proteger de baratas, sapos, lagartixas. Lembro que você me prometeu um urso. Você disse que ia me levar ao cinema. Me prometeu café na boca. Você prometeu algumas danças e me abraçar enquanto eu dormisse e me levar a tantos lugares e fazer tantas coisas e , baby, você me prometeu amor.

Eu não sei o que fazer sem você. Não sei como seguir em frente e enterrar os meus planos com você. Não sei como caminhar deixando os meus sonhos para trás; eles foram rasgados. Nunca quis tanto uma pessoa, nunca imaginei tanto um futuro como aquele que imaginei junto com você.

Agora você continua longe e eu continuo sem nada seu. E o amor prometido ficou como cena de um filme de amor da década de quarenta....sem final feliz.


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