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Aqui está fazendo um frio um pouco assustador, entende? Não falo do tempo, lá fora deve estar em torno de 32º. Falo daqui, desse lugar que você não enxerga. É tudo indiscutivelmente embaçado. Têm coisas que me causam uma dor enorme, mas não sei explicar direito como elas são. Sei que doem absurdamente e é uma dor azeda e não diminui nem com aspirina. Já acreditei em muitas coisas, sabia? No poder da lua cheia, no calor do sol, em oráculos, pedido para as estrelas, anjos, força do bem, instintos do coração. Já acreditei até mesmo em mim-e em você. Em Deus. Em dias melhores. Em "o que tiver que ser, será". Em tudo e em nada. E no que virá. Ou no que já foi. O frio não me abandonou e tomei um vinho bom, depois um barato. Acabei dormindo e veio a dor de cabeça que deixou lembranças. Outro dia e o frio não foi e mais outro e outro e outro e nada dele ir e mais outro e você nunca enxergou nada e continua não olhando pra trás, pra mim, pra dentro, pra você. Então resolvi sentar e acreditar no que dizem ser o destino. Alguém vai acabar tomando uma providência, alguma coisa tem que acontecer mesmo que essa alguma coisa seja nada. Aí então eu vou saber. Por agora sigo afirmando: tudo isso que te veste é o que me mantém despida.
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