Santa Catarina

By | 10:01
Sabe aquela história de cada um fazer um pouquinho? Tem gente que joga papel de bala no chão e, ao ser perguntado o que ocasionou tal ato, diz, na maior cara-de-pau-com-cupim-e-tudo-mais: "é que todo mundo faz". Se todo mundo posar nu você também vai? Se todo mundo se drogar você também vai ali no morro comprar um pó (que nada tem de mágico)? Essa coisa Maria-vai-com-as-outras-João-vai-com-os-outros me cansa. Pouco importa o que o outro faz, muito importa o que você faz. Para si mesmo e para os outros. Então, agora, neste momento, pare e pense na situação de Santa Catarina.
.
Uma vida inteira por água abaixo. Não só os sofás, televisores, dvd's, fogões, geladeiras, camas, colchões, armários, microondas, mesas, cadeiras, abajures, luminárias, almofadas, computadores, telefones, papéis, jornais, livros, revistas. Não só o material. Não só a comida guardada no armário que agora está nadando em algum rio formado pela chuva. Não só a colcha nova que você comprou para a cama. Isso são coisas, apenas. Mas você nunca mais verá aquele álbum de fotos do Natal de 1996. Ou o primeiro desenho que o seu filho fez. Ou o papel de Ouro Branco que você ganhou daquele menino desajeitado que, hoje, é o seu marido. Aquele que está chorando com você pela perda. Perda da casa que demoraram tanto tempo para construir. Perda de cada objeto que lá estava, cada coisinha cuidadosamente escolhida. Perda do que é material, pois viver custa caro e você trabalha tanto justamente para ter mais e mais conforto. Mas a perda que vai além do material é a que mais dói. Num primeiro momento você pode até pensar puta-que-pariu-a-minha-televisão-super-hiper-mega-power-tudo-de-boa partiu desta para melhor. Mas em um segundo momento a sua ficha vai cair, assim como a sua casa. É só uma televisão. O mesmo não acontece com a sua vida. Não é a sua vida. Nós não somos desapegados.
.
Dentro de uma casa tem uma vida que está em cada porta-retrato, em cada lençol, em cada toalha do banheiro, em cada caixa com fotos, em cada lixo reciclado, em cada reflexo do espelho. Imagine, um dia, sem mais nem menos destruírem a sua casa, sem aviso prévio, sem ordem de despejo, sem um telefonema? É simplesmente cabrummmm, pronto, o que era casa hoje é lixo. E as suas coisas? Compra de novo, alguém dirá. E quem não pode comprar tudo de novo? E quem pode? Acredite, não é a mesma coisa. Tem muito que não volta, tem muito que fica só na lembrança. Tem muito que vira recordação, e dói. Tem o medo, e agora? Cemitérios foram destruídos em Blumenau, você sabe o que é isso? Sepulturas viraram lixo, misturadas com a lama. E a dor se multiplica, pois você perdeu um ente querido há algum tempo e hoje perdeu a casa e viu que o lugar em que a pessoa que você perdeu estava hoje não é nada. Muito triste, muito difícil.
.
As pessoas estão sem lar, sem comida, sem poder tomar banho, sem poder ir ao médico por causa da dor de cabeça, sem poder ir ao dentista pra concluir o tratamento de canal, as crianças não podem ir pra escola, os adultos não podem trabalhar e não, a cidade não está de férias, o estado está de luto. Mais de cem pessoas morreram e outras tantas estão desaparecidas. Teve gente que dormiu e acordou com um barulho. Com o barulho, machucados pelo corpo e mais barulho e daqui a pouco a casa desmoronou. Um homem perdeu a filhinha de 6 anos e a esposa, que estava grávida. O quartinho do bebê estava montado. Mas o bebê não virá, pois morreu. O quarto a água levou. E ele nem vai poder enterrar a esposa, não existe mais cemitério. E também nem se sabe em que lugar foi parar o corpo da esposa.
.
Falta alimento, falta sangue, falta calor. Vamos ajudar, com muito, com pouco, com o que dá. Os abrigos estão superlotados, não tem mais onde colocar gente. A água não vai embora. E a previsão ainda é de chuva. Não deixe passar batido, é fácil ser solidário-pra-inglês-ver. Ai, que horror. Oh, que pena. Coitados! Nossa, que tragédia. Ei, se mexa. Imagina se fosse com você? Pra ajudar a gente clica aqui. Se cada um fizer um pouco, o pouco vira muito, gente. Não importa se o outro vai ajudar: ajude.
.
.
.
.
.
IMPORTANTE: A Cruz Vermelha está recebendo as doações para as vítimas de Santa Catarina em outros estados. Os endereços das filiais estão no site da Cruz Vermelha, que é o http://www.cvb.org.br/ .
.
Aqui em Porto Alegre o endereço é: Av. Independência, 993. Fica no Centro. Os telefones são: Filial (51) 3311.5140 – Fax (51) 3311.4612 e o e-mail: cvb.rs@globo.com / riograndedosul@cvb.org.br.
.
A Cruz Vermelha de Curitiba fica na Av. Vicente Machado, 1310 - Batel. Os telefones são: Telefone - (41) 3016-6622 / Fax - (41) 3017-5261 e o e-mail: secretaria.hcv@terra.com.br .
.
Tem em todos os lugares, procure a mais próxima de você e colabore!
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial