Felizes para sempre

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Fonte: Google amigo.





(Em outras palavras, o final feliz pode sair das telas para a sua vida. Basta querer.)


A sensação de eterno dá conforto, acalma os ânimos e oferece um cobertor para os sonhos. Vamos fazer um exercício emocional? Fecha os olhos e pensa na pessoa mais importante para você. Não falo do seu pai, mãe, irmã ou avó. Falo da pessoa mais importante no âmbito sentimental, falo de amor e romance, tesão e paixão. Sabe aquela pessoa que faz você ter vontade de ser melhor a cada minuto? Sabe aquela pessoa que faz você pensar ele-vale-qualquer-dorzinha-que-o-amor-causa? Sabe de quem falo agora? Então, pensa nele (ou nela). Fecha os olhos e pensa bem forte, até a imagem da pessoa surgir na sua mente. Pensa na pele, na expressão dos olhos, no dedão do pé, na espessura do fio de cabelo, na cor do sorriso, nas pintas, nos cílios. Pensa no impensável. Pensa naquilo que só você conhece, um jeito de rir, de escovar os dentes, de ser. Agora se concentre em você, na sua sensação. Eu aposto que seu coração se sentiu em casa, um velho conhecido daquela imagem que te faz tão bem. Porque quando a gente tem um sentimento forte por alguém, a gente se sente bem. Quando o mundo desmorona, basta ter a pessoa ao lado (nem que seja pra se jogar no colo e desmoronar junto).


Todo mundo casa acreditando que vai ser para sempre. Nunca vi alguém casar pensando na separação. Você compra a briga, assina o recibo, rubrica o atestado e fica ciente de que dias lindos e terríveis virão. Entenda: não existe amor que não doa. O amor, pra ser amor, precisa ser verdadeiro. E as coisas verdadeiras às vezes machucam. Não dizem que a verdade dói? Então, pra quê achar que o amor é cor de rosa? Um dia, alguém puxa o seu tapete. Você entende que nem sempre a vida é filme bonito. Ei, entende isso: a vida não é filme bonito. Entendeu? Eu ainda não entendi, por isso sofro. Ai, eu sofro, eu confesso, eu me entrego e me arrebento. Mas é tão bonito acreditar em filme bonito. Posso? Então vem comigo: acredita também, a gente pode gostar das bonitezas da vida juntos. Que tal? Topa? Então vem. Agora vou te contar uma história, mas não dorme.


Sempre acreditei, apesar de ver muitos desaparecerem feito avião no céu, no casamento. Não acho que precisa um mega evento, afinal, a decisão de casar é da dupla, por isso, a festa pode ser a dois. Concorda? Acho lindo quem faz festa, mas eu prefiro aquela coisa téti-a-téti. Já tive sonho de casar na igreja, mas hoje acho essa coisa meio over. O vestido branco eu quero, o sobrenome eu quero, assinar o papel eu quero. A festa eu dispenso, prefiro fazer uma viagem bacana e aproveitar muito cada segundo. Prefiro me embebedar a dois, fazer festa a dois, não ter ninguém pra falar mal da festa depois. Sempre tem, não tem? O bolo tinha passas, a noiva estava com penteado feio, a decoração estava careta demais, a mãe da noiva se empolgou e dançou Macarena no meio do salão (sozinha). Sempre tem os faladores de plantão. Além do mais, ah, cada um na sua. Posso não querer?


Voltando ao que eu dizia, acredito no casamento. Deve ser porque eu acredito (e nunca vou cansar de dizer isso, meu Deus) no amor. Acredito mesmo. Isso é cafona, eu sei, mas eu sou completamente cafona, cafoníssima, cafonérrima. E choro. Meu Deus, como eu choro em casamentos! Eu choro na TPM, eu choro em comercial, eu choro em filme, eu choro quando me dá uma dor no peito, eu choro pra botar a mágoa no seu devido lugar, eu choro de saudade do meu avô, eu choro pelo que nem sei. E choro, também, de amor. Com uma declaração bonita, com um presente, com um abraço bom. Tem coisa melhor que chorar de feliz, por amar e ser amada? É inexplicável.


Antigamente, achava que eu encontraria o cara certo, que seria um príncipe. Por que a gente sempre pensa assim? Não me chame de ingênua, por favor. O cara certo não existe, o que existe é o cara que você ama, esse sim é o cara certo pra você. Não tem gente perfeita no mundo, aceite, eu aceito, a gente diz "sim" e vamos ficar até que a morte nos separe entendendo que ninguém vai ser como você e eu queremos. Topa? Então olha pra mim e diz que sim. Nas minhas viagens emocionais, eu acharia o cara certo, que se ajoelharia no chão, olharia no fundo dos meus olhos castanhos, tiraria um anel fabuloso do bolso e diria quer-casar-comigo? Uma lágrima escorreria dos meus olhos, o sorriso pularia boca afora e ele continuaria você-é-a-mulher-da-minha-vida. Ou então, que nem vi num filme: o-que-você-quer-fazer-pelo-resto-da-sua-vida? Me arrepiei. Meu peito parecia explodir de tanta faceirice ao ver aquela cena. Repeat, repeat, volta, de novo. Lindo. Sim, sim, eu quero, eu aceito. Fim. A gente viveria lindo e feliz e nossa vida seria demais, sem trovões, sem o carnê vencido, sem conta pra pagar, sem ciúme, sem por-que-deixou-a-toalha-molhada-em-cima-da-cama? Stop. Desliga a TV e vamos falar da vida fora das telas.


Uma noite, após o jantar, eu estava vendo a novela superprestando atenção nas cenas e meu namorado perguntou se eu queria sorvete, fiz que sim com a cabeça, ele foi até a cozinha me servir e, no meio de colheres, potinhos e gordura hidrogenada, ele disse que aquele apartamento (que é dele e eu passo, digamos, bastante tempo por lá. Essas coisas, você sabe, começam devagar. Primeiro você deixa a escova de dentes e uma calcinha, depois pega pijama, shampoo, creminhos e quando vê, pronto: está completamente instalada na casa dele, extraoficialmente, é claro, pois oficialmente "mora cada um na sua casa") estava pequeno demais, que ele tava pensando em sair dali e ir pra um lugar maior, pra-gente-ter-mais-espaço-e-pra-gente-morar-junto-assim-de-vez. Hein? Assim, no meio do serve-serve-de-sorvete, num tom casual, como se não fosse uma coisa séria (gente, morar junto, hello, morar junto, responsabilidade, morar junto, não tem essa de briguei-vou-pra-mamãe, medo!). Bateu uma coisa tipo cadê-os-fogos-de-artifício? Ei, cadê aquela magia?

Descobri que a mágica está inteirinha no dia a dia, que é bom na maioria das vezes, e que algumas cenas andam em câmera lenta, de tão lindas, e que um dormir-e-acordar ao lado de quem você ama é a coisa mais valiosa que existe. Isso, sim, é coisa de cinema e o preço é se entregar: pague se tiver coragem (e não esqueça do aluguel e condomínio do novo apartamento, pois na vida real as contas existem - e vencem).
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