Quem disse que o amor é lindo?

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Imagem: Reprodução.





Você conhece um cara. Ele beija bem, abre a porta do carro, te abraça gostoso, gosta dos mesmos filmes, entende de filosofia e tem sonhos parecidos com os seus. Você se apaixona na hora e pensa achei-o-amor-da-minha-vida. Você conhece um cara. Ele te beija de um jeito bom, tem um perfume que te enlouquece, não mastiga de boca aberta, quer ser pai, é responsável e te acha a mulher mais linda do mundo. Você se apaixona e pensa tirei-a-sorte-grande. Você conhece um cara. Ele te respeita, gosta da sua família e dos seus amigos, deixa bilhetinhos pela casa e te busca todo dia no trabalho. Você se apaixona e pensa como-é-bom-amar.

Não importa como, quando e onde, mas um dia você vai conhecer um cara e vai se apaixonar. Toda mulher tem aquele sonho de querer casar, ter filhos, construir um lar, ter uma casa bonita, ser bem sucedida profissionalmente, reunir a família aos domingos para o almoço. Então você realiza seu sonho. Casa na igreja, vestida de branco, linda, maquiada, perfumada. Joga o buquê, pensa como-sou-sortuda, dança a festa inteira e pensa que vai ser feliz para sempre até que a primeira briga surge. Ou então você casa só no civil, vai em um restaurante com a família e os amigos mais chegados, faz uma festa simples, brinda e pensa como-sou-sortuda-vou-ser-feliz-pra-sempre. Até que a primeira briga surge. Não importa se foi festinha, festa ou festão: todo mundo que casa vai ter a primeira briga.

A “PBPC” (primeira briga pós-casamento) pode ser apenas uma pequena briga pós-casamento ou ser a briga que dá início ao fim. Hein? Sim, é isso mesmo. As pessoas se casam com manias, defeitos, humores esquisitos, roncos, cheiros, famílias. Muita gente só se dá conta do pacote que vem junto com o casamento na primeira briga. Ou na segunda, terceira, quarta, quinta. O fato é que a gente só conhece efetivamente uma pessoa depois de morar junto com ela. Depois que divide as chaves de casa, as escovas de dentes, as contas, a louça, as responsabilidades, o cobertor, o banheiro, a vida.

O amor nem sempre é fácil, muitas vezes a gente descobre que aquilo que parecia ser amor é na verdade ilusão. Era paixão, tesão, emoção, empolgação, agitação. É uma série de “ãos” que acabam fazendo o “sim” virar “não”. Por isso, você para, repensa, reflete, volta a fita e decide que não quer mais.

Agora ficou mais fácil decidir que não que mais. Antes, era necessário um processo para conseguir a separação e outro para se divorciar. Agora as coisas ficaram bem mais simples e melhores. Divórcio a jato, instantâneo, the flash. Como? Simples: agora “os casais que querem se divorciar estão totalmente liberados do cumprimento prévio da separação judicial por mais de um ano ou de comprovada separação de fato por mais de dois anos, como previa a Constituição.” Dessa forma, o divórcio consensual ficará agilizado. Não quer mais? Ele não quer mais? Pronto, sem drama, é coisa rápida.

De acordo com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Demóstenes Torres, em 2008, foram abertos 70 mil processos de separação. O número é alto e um pouco assustador. Porém, mais assustador ainda é ficar “presa” a um compromisso que nem existe mais. Todo mundo tem o direito de se enganar ou querer voltar atrás, as pessoas têm a obrigação de seguir em frente e para isso precisam ser livres.

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