Desencontro, reencontro e encontro

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Tenho me sentido um pouco só. Acho que deve acontecer com todo mundo. É que minha vida sempre foi muito dita, falada, eu contava as coisas, perguntava como proceder. Depois que saí de casa isso mudou um pouco. Eu sei que é um sinal de crescimento, maturidade ou seja lá o que for. Também sei que pra uns chega antes e pra outros depois e tudo bem, mas às vezes me sinto estranha com isso. Parece que sou eu, minhas músicas, meus livros e um edifício de 30 andares que tenho que subir sozinha, no escuro, sem elevador ou alguém pra segurar a minha mão.

Sempre achei importante a gente ter alguém pra segurar a nossa mão pra dizer que tá tudo bem, por mais que o mundo esteja um caos e tudo pareça confuso. Mas me pergunto até que ponto as coisas são suficientes, até que ponto as pessoas bastam, até que ponto sua mãe, pai, irmã, amigo, namorado, cachorro servem. É claro que eles servem, não me interprete mal. Mas até que ponto eles suprem as suas necessidades. Existem coisas que são só nossas, isso ninguém tira. Por isso muita gente faz terapia, toca violão, pinta, escreve, corre. A gente precisa de uma válvula de escape da gente mesmo e dos outros.

Estou sentindo que ultimamente minha vida é pra dentro, me descobrindo, tentando encontrar algumas peças perdidas. Tem uma diferença entre estar sozinha e se sentir sozinha. No momento, me sinto. Sei que é só eu pegar o telefone e ligar para alguém da minha família ou algum amigo que eles virão, mas a questão não é essa. Mesmo com alguém junto isso não passaria. Acredito que existem fases, ciclos, começos, recomeços. E acho que estou bem no meio de um deles.
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