Sou libriana. Signo da balança, da beleza, da justiça, do equilíbrio. Eu não tenho nadica de nada de equilibrada, muito pelo contrário. Às vezes eu surto com força, piro legal, saio da pista, caio fora do eixo. Acontece nas melhores famílias (será?). Falo coisas e me arrependo, faço coisas e penso cacilda-eu-fiz-mesmo-isso, mas prefiro agir com meu coração, instinto, sentimento, emoção, dê o nome que quiser, prefiro agir com a cabeça quente e no calor do momento do que ser uma pessoa morna, quase fria ou gelada. Gente que não tem sangue nas veias me assusta. O gelo não me agrada, a não ser na caipirinha. Aí, por favor, coloque bastante. Caipirinha quente não desce, não.
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Meto muito os pés pelas mãos. Sou impulsiva, por isso resolvi fazer terapia uma vez por semana e colocar para fora tudo que pesa dentro e fora de mim. Faz bem, faz bem. Mas tudo tem seu preço: dói. Dói remexer em coisas, olhar no fundo da gente mesmo, se despir, vomitar, dar um tapa nas costas e desengasgar. Mas é necessário, é essencial, é crescimento, é saudável, é trágico, é maravilhoso, é tudo junto e bagunçado. A gente precisa bagunçar para poder arrumar. E assim nós vamos, sujos e limpos, feios e lindos, em paz e loucos.
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Dizem que os librianos vivem na dúvida e nunca sabem por qual caminho ir. Então, me pergunto: você, capricorniano, escorpiano, pisciano, taurino, sabe para onde ir? Você, ser humano crente ou descrente, preto ou branco, rico ou pobre, sabe para onde ir? Não, ninguém sabe. A vida é uma corda bamba, dúvida eterna. Temos medo de ir e não ir, ficar e correr, arriscar e não sobreviver. E é isso, é esse o jogo, joga quem tem coragem de pular lá do alto, dar a cara a tapa sem medo de ficar com o rosto marcado para sempre. E isso é uma das coisas mais incríveis que existe: poder escolher. Poder fazer o próprio caminho. Poder errar, acertar, aprender, criar, destruir, renascer.
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Espero que este ano todo mundo passe a acreditar mais em si mesmo, no seu próprio caminho, vida e escolhas. E que a gente lembre que sempre podemos ir mais em frente ou fazer o retorno. Está tudo aqui, ó, bem nas nossas mãos. Basta ter coragem.