As coisas como elas são

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O dia em que a Isabela chegar certamente eu vou ser uma das pessoas mais felizes do mundo. Isabela, para quem não sabe, é o nome que escolhi para minha filha. Mas a Isabela não deve chegar este ano (nem nos próximos 3), afinal, ela é um projeto para 2015. Até lá eu brinco com meus sobrinhos fofos e me divirto com os amiguinhos que faço por aí. Adoro crianças. Tenho a maior paciência e amo brincar com elas. Só não suporto criança metida e birrenta, que se atira no chão quando quer alguma coisa e dá showzinho.


Sempre achei que os pais têm uma responsabilidade imensa. Não é fácil colocar uma criança no mundo. Acredito que no momento em que você tem um filho transmite tudo de bom que recebeu e tenta melhorar o que viu de errado na educação que seus pais lhe deram.


Ontem eu fiquei realmente preocupada. Assisti um programa chamado "Pequenas Misses", no Discovery Home & Health. É um absurdo o que fazem com menininhas de 3, 4, 5, 6 anos. As pequenas se depilam, fazem bronzeamento artificial, usam maquiagens pesadas, roupas totalmente fora de propósito. Tudo isso pra quê? Para massagear o ego das mães? Para elas se realizarem vendo as filhas ganhando títulos? Acho um completo absurdo.


Criança tem que brincar de boneca, não andar de salto alto. Criança tem que usar maquiagem de criança, pular amarelinha, andar de balanço, brincar de pega-pega, de boneca, de Barbie, de casinha. Ao invés de se depilarem elas têm é que correr de pé no chão. Fiquei me perguntando: o que passa pela cabeça dessas mães (se é que elas têm algo dentro da cachola)?


O que vejo por aí são mães completamente alucinadas e sem a menor noção da realidade. O Fashion Weekend Kids reúne diversas socialites mirins (clique no link e se horrorize com a matéria que saiu no Estadão) e suas mães sem cérebro. Tanto que uma delas fez a seguinte afirmação: "Eu não imagino minha filha colocando uma roupa da Renner nem para dormir." É desse jeito que elas querem passar bons valores para as filhas? Elas acham que vivem em que mundo? "Elas não querem mais bufê infantil. Querem ir para Paris."


Qual será o futuro dessas meninas? Fico com pena. Não deve ser fácil crescer em um ambiente onde a futilidade impera. Tem que ter muita cabeça e saber segurar a própria onda para não se tornar uma perua maluca ou uma adolescente rebelde drogadita. Não pense que estou generalizando, já vi isso acontecer muitas vezes. É por isso que quando a Isabela chegar vou procurar mostrar o mundo - exatamente como ele é - desde cedo.



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