Perguntas, falta de respostas e sonhos concretizados

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Quando a gente menos espera percebe que cresceu: pequenos gestos, algumas reflexões, um tanto de verdade. É, meu camarada, encarar a verdade é para os fortes. Ando mais tolerante com os deslizes alheios, menos paciente com pessoas lerdas, muito desiludida com quem tem um dom entre os dedos e não usa.


Vejo talentos desperdiçados, gente tão inteligente e legal e que não usa nada disso. As coisas enferrujam. É difícil aceitar e encarar isso de frente, mas o tempo corre rápido e rápido e rápido e depois não adianta nada olhar para trás chupando o dedo. Meu pai sempre disse que o cavalo passa encilhado apenas uma vez: monta nele quem quer. No meu caso o cavalo demorou para chegar. Antes dele veio um burro, um bode, um jumento, um jegue. De longe eles pareciam cavalos. Quando se aproximavam eu enxergava quem realmente eram. Deve ser por isso que demorei para montar no bendito pocotó.


Uma hora a gente se supera. E volta a ser criança. Lembra daquela fase por-que-isso-por-que-aquilo? Pois então, crianças têm uma curiosidade danada pela vida. São esganados, têm fome de informação. A gente cresce e se conforma. E daí chega uma hora em que voltamos à velha infância e os questionamentos pinicam feito blusão de lã por cima da pele nua.


Muitos medos me abandonaram. No lugar deles ficou um pouco de esperança. E uma vontade absurda de entender o mundo direito. Por que tem tanta gente que pode fazer o bem e cruza os braços? Não fazer o mal não significa que você seja bom, sabia? Ser bom é praticar o bem. E o que você faz de bom para você mesmo e para o outro? Você é realmente útil para o mundo, para a humanidade? Volto a citar meu pai: desde pequena ele dizia que a gente tem que, diariamente, aprender algo novo. É isso: a gente precisa viver com sede de saber. Ter aquela gana por coisas novas. O que você faz de bom? Por favor, pare e pense.


Posso dizer que já realizei alguns sonhos bonitos. E posso afirmar que é muito duro, quase cruel, realizar um sonho. Parece maluco dizer isso, mas é verdade, dói. Dói de uma forma intensa, a gente se olha no espelho, lá no fundo do olho e pensa: e agora? O que eu faço com o sonho feito? O que mais eu vou realizar? Meu Deus do céu, sou capaz de realizar coisas! Sim, eu sou. Sim, você é. Sim, nós somos. Mas onde o mundo vai parar com tudo isso que está acontecendo? O que está havendo com as pessoas? O que querem e pretendem? O que você realmente faz para quem está ao seu lado? Onde você pretende chegar? O que deseja estar fazendo daqui a 5 anos?


Falta planejamento, falta pensamento, falta amor, falta enxergar o outro e, principalmente, falta ação. A vida não é um seriado da televisão americana onde a gente vê uma cena ridícula e ouve risos ao fundo. A vida, meu camarada, é um ponto de interrogação. Descubra qual o seu papel aqui e agora.


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