Ajeitando as coisas

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Não tenho nada contra quem adora futebol. Eu não gosto. Não tenho paciência para assistir, não sei o que é impedimento, apesar de já terem me explicado mais de seis vezes. Filme de guerra e ficção não têm graça. Que graça tem um filme que não fala de amor? Tudo bem, eu amo comédia e suspense, mas tem que ser suspense bom, não suspense besta. Mas tendo "amor" no título do filme eu gosto. Juro.

Adoro andar de meia pela casa (tem coisa melhor?). Por isso, elas ficam velhas rapidinho. Tenho pantufas, chinelos fofos, mas nada melhor que uma boa e bonita meia para desfilar pelo apartamento todinho. Amo antepasto de berinjela, coisa bem boa passar na torradinha e no pão. Adoro alho, pena que deixa bafo. Vinho é a minha grande alegria. Antigamente, gostava mais de cerveja. Não sei o que anda acontecendo, prefiro vinho e champanhe. Claro que não dispenso um bom drink.

Quer me ver feliz? Me dá um bloquinho, caderninho ou caneta fofa. Na minha bolsa, tem de tudo, tudo mesmo. Lá, você encontra pinça, remédio pra cólica, dor de cabeça, enjoo, dor de garganta, antialérgico. Fora o blush, rímel, corretivo, pó. Fora o gel para deixar a mão livre de bactérias. Fora o protetor solar para o rosto e lábios. Fora lencinhos demaquilantes. Também deve ter mais um monte de coisa que eu não lembro - e que nem tem muita utilidade.

Adoro colocar pijama. Quando chego em casa no fim do dia a minha rotina é essa: tirar o que estou no pé (bota, sapatilha, sandália, tênis), tirar a roupa, tomar um bom e belo banho e colocar um lindo e limpinho pijama. Me sinto ótima de pijama. Eles são confortáveis e passam aquela sensação de aconchego, de bem-estar.

Prefiro manteiga que margarina. Não gosto muito de presunto, prefiro peito de peru ou salame. Queijos são a minha razão de viver, adoro todos os tipos, formas e cores. Tudo que tem queijo fica ótimo. Queria gostar menos de doces, mas sou uma formiga. Se bem que antigamente era mais tarada por um docinho, hoje em dia gosto de salgados. Preciso maneirar na comida, já que depois que comecei a namorar engordei. Acho que os namorados deveriam comer saladas e tomar água. Isso evitaria excesso de pneus.

Choro vendo Brothers & Sisters. Choro desesperadamente. É um seriado que me toca, lembra a minha família. Minha família por parte de mãe é grande, um dá palpite na vida do outro, o outro dá palpite na vida do um. Não que eu ache isso muito legal, mas cresci assim e Brothers & Sisters de certa forma representa minha história de vida. Adoro o humor ácido, ranzinza e meio arrogante do House.

De vez em quando sou ranzinza também. E irritada. E chata. E 8 ou 80. É que acho que as coisas são ou não são. Se são, por favor, vamos fazer ser. Se não são, por favor, não torre o saco e libere a moita. Penso assim. A gente tem que ser mais agilizado na vida. Ou faz acontecer ou não faz. Aprendi que tem coisa que fica aqui na nossa mão. Já outras coisas fogem da nossa alçada. E nada podemos fazer a não ser esperar. Sei que é duro, sei que é chato, sei que dá ruga e dor de cabeça, mas de vez em quando a melhor saída é assistir da janelinha o que acontece. Sem tentar levar o mundo nas costas, sem tentar resolver os problemas do mundo.

Sentia dores incríveis nos ombros. Um peso enorme. E me dei conta que vivo querendo ajeitar tudo, resolver tudo, acomodar tudo. Herdei isso da minha mãe. E percebi o quanto isso me fazia mal. Não posso resolver tudo. Se não resolvo nem a minha vida como posso resolver a sua? E mais: tem gente que resolve a vida do vizinho pra esquecer da própria vida, afinal, pensar nos próprios problemas e arregaçar a manga para resolver nossas pendências dá um trabalhão danado. Mas é preciso, é crucial, é vital.

Não posso me adiar, tampouco me boicotar. Se a sua vida anda ruim, meu amigo, que pena. Mas, sinceramente, nem sempre vou querer ouvir o seu desabafo. Tem gente que só nos suga energia e bom humor. Eu era muito solícita e pouco egoísta. Um pouco de egoísmo cai bem. E lembre daquela velha historinha: antes de ajudar alguém a gente precisa estar bem. E é nisso que tenho pensado todo santo dia. Confesso que no começo não foi fácil, mas agora as coisas estão indo e indo e indo. Vamos ver pra onde.
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