Menos é mais. Essa frase é perfeita. Você não precisa sair como uma árvore de Natal, cheia de penduricalho, anéis de todos os formatos, penteado chamativo e sapato esquisitão. Gosto de ser discreta. Um anel em cada mão. No máximo dois. Delicadeza. Chamo a atenção nos acessórios. Um brinco maior. Uma bolsa diferente ou colorida. Coisas assim. Não gosto de ter a atenção voltada para minha roupa. Tem gente que curte, acha que está abafando. Mas não gosto de esquisitice, não. Trabalho no meio publicitário e muitos deles acham que ser esquisito é legal. Eu não acho. Agora, se você for esquisito de nascença, tudo bem.
Não uso pochete por nada nesse mundo. Muito menos crocs. Ou esmalte amarelo. Na verdade, tem coisa que não uso nem que me paguem. Excessos sempre fazem mal. Tem gente que adora estampa de oncinha. Eu curto, por isso tenho uma almofada. E só. Não precisa ter a casa inteira onça pintada. O mesmo vale para qualquer estampa: se você usa uma blusa estampa, é mais legal usar uma calça lisa. E assim por diante. Vejo muitos por aí que perderam a noção: estampa dos pés a cabeça e mil penduricos pelo corpo. Dá vontade de gritar.
Menos é mais na moda. Mas não na vida. Na amizade, no amor, no trabalho, na sua relação com você mesmo: o melhor é o limite. Nem menos, nem mais. O menos pega mal, a gente fica devendo, não se entrega, não vai com tudo, é negativo. O mais pode sufocar, amassar, atropelar as coisas, até matar. Por isso, o melhor é buscar o equilíbrio. Dar espaço para o outro, ter um espacinho exclusivo para você colocar as ideias em ordem, conversar com seus botões e zíperes. Porque a gente precisa de um tempo. Se dar um tempo. Se cuidar. Seu melhor amigo não vai cuidar de você. Nem sua mãe, pois você já é crescido. Nem seu amor. O ideal é você se pegar no colo e cantar uma música de ninar até adormecer. A gente merece esse carinho. Sempre. Porque no fundo é você e seu espelho.
(Tomara que ele não seja daqueles que aumentam. Amém.)