Às vezes me pergunto o que faço ao seu lado. Você se ama tanto que não consegue dar ou receber amor. Você ama o espelho, seu reflexo, seu ego imenso. Você ama seu trabalho, sua vodka, seu jogo. Ao invés de elogiar outra pessoa, pergunta se seu novo corte de cabelo caiu bem. Ao invés de me notar, procura olhares na mesa ao lado. Ao invés de olhar para a frente, olha para o umbigo. Ao invés de viver o presente, arruma desculpas no passado.
Isso vai matando qualquer sentimento, qualquer promessa de futuro, qualquer aliança do que passou. Não quero que você sinta como eu sinto. Só quero que você respeite meu amor. E se não for capaz de amar de volta, tudo bem. Mas então me deixe livre. E acabe logo com meu sofrimento diário. Porque eu gosto de quem presta atenção em mim. De quem procura novidade mesmo me conhecendo do avesso. De quem não desiste de me descobrir. De quem não se cansa da rotina. De quem se entrega. Sempre.