Entrevista para o blog Coisa de Menina Indecisa

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Semana passada dei uma entrevista para um blog chamado Coisa de Menina Indecisa. Confira a entrevista e clique AQUI para acessar o blog:


Desde quando começou a escrever?

Comecei quando era pequeninha. Escrevia cartinhas para os meus pais, entregava e ficava ao lado deles esperando uma lágrima. Depois que cresci descobri que essa “lágrima” nada mais era do que emoção. Gosto de causar emoção nas pessoas. Lágrima, sorriso, reflexão. É bom quando a gente muda pelo menos um segundo da vida de alguém. Continuei escrevendo, mas não mostrava para ninguém. Em 2005 fiz um blog, onde publicava meus textos. E daí as pessoas começaram a ler. Em 2010, publiquei meu primeiro livro. No ano passado, fiz um livrinho de frases, tipo um livro de bolso. Eu brinco que é livro de bolsa. E neste ano, dia 21 de abril, sai meu terceiro livro, que se chama Para todos os amores errados. São crônicas que falam de relações que não deram certo por mil e um motivos.



O que você acha que a poesia é capaz de fazer ao ser humano?

As palavras são transformadoras. Não só a poesia. Mas a crônica, o romance, tudo que envolve letra e sentimento. As palavras confortam, estimulam, dão esperança, mexem com as nossas emoções.



Qual a sua opinião em relação à educação do nosso País?

É vergonhoso. As pessoas não têm o costume de ler. O filho de um bilionário assumiu sem a menor cerimônia que nunca leu um livro. Quem é mais humilde não tem dinheiro para comprar um livro, ir ao teatro, ao cinema, viajar. Tudo isso é cultura. Na escola, os livros obrigatórios são chatos demais. Por isso, os adolescentes não adquirem o costume da leitura. E a leitura é importante demais para a educação. A educação também vem de casa, é claro. Mas o que esperar desses pais de hoje em dia? Os mais endinheirados matriculam seus filhos em aulas de ballet, tênis, natação, pintura, jazz e italiano. Ocupam seus filhos, ao invés de se ocuparem com eles. Ao invés de darem amor, carinho, mostrar o que significa a palavra limite, a palavra respeito, a palavra educação. Os mais humildes nem sabem se os filhos vão para a escola, querem mais é que eles ajudem em casa. Pensam que jogar futebol ou ser modelo é que vai dar mais dinheiro, é o que vai garantir o futuro. Estou generalizando e indo aos extremos, eu sei. Mas hoje em dia, francamente, quantos pais sentam e conversam abertamente com seus filhos sobre sexo, drogas, futuro? Quantos pais revisam as tarefas dos filhos? Quantos pais dão responsabilidades e limites? Eles largam tudo na mão dos professores. E a escola tem seu papel, sim. Mas educação vem de casa. Vem de pai e mãe. Vem de saber o que é certo e errado. Isso é muito importante pra gente viver em sociedade. Temos que respeitar o limite do outro, saber o nosso próprio limite. E entender que todo mundo merece respeito.


Qual sua reação as críticas que acontecem aos seus textos de forma geral ou através das redes sociais, qual sua posição quanto ao assunto?

Olha, é claro que eu prefiro que todo mundo goste do que eu escrevo. É muito melhor ser elogiado. Ser criticado não é legal. Quem não gosta de um confete? Eu gosto e assumo. Gosto quando se identificam, gosto quando me elogiam, gosto quando dizem “obrigada, era isso que eu precisava ler”. Mas tem gente que mete pau, que não gosta, que acha texto melodramático, que acha coisa de mulherzinha fresca. E tudo bem. Porque não dá pra agradar todo mundo. Antes, eu ficava chateada quando lia algo negativo. Hoje em dia eu lido numa boa. Mesmo porque a gente tem que filtrar as críticas. Tem gente que fala mal porque gosta de falar mal. E tem gente que respeita teu trabalho, faz uma crítica construtiva e te ajuda a enxergar tudo com mais clareza. Mas vou te dizer que 95% das pessoas que me escrevem divulgam os textos ou frases porque gostam. E eu, é claro, fico tri feliz com esse retorno positivo.


Como foi lidar com as diversas reações de pessoas do mundo todo ao ser lido um trecho de um texto seu na eliminação do BBB11? Lembre-nos o trecho e se quiser pode falar um pouco sobre ele.

Eu vejo o BBB. Gosto. É simples, eu gosto. E isso não me faz melhor ou pior que ninguém. Tem muita gente que detona o programa. Acham vazio, bobo, perda de tempo. Olha, os jornais já têm notícias tristes demais. Gosto de me divertir e pra mim o BBB é diversão. Ser sério demais é chato. Tem uns que falam mal e assistem escondidos. E tem os que falam mal de quem assiste. Escuta, sou pior por ver BBB? Acho burrice dizer isso. Então, escrevi um texto que falava um pouco disso e falava, também, de uma participante, a Maria. Eu dizia que todas as mulheres tinham um lado Maria. O texto é esse aqui: Meu lado Maria

Coloquei no Twitter e Facebook e quando vi ele tinha se espalhado por todos os lugares. A Maria era uma participante polêmica. A Maria era uma mulher atrás de um cara. No mais completo desespero. Fazia coisas que toda mulher já fez. E o texto falava disso, dessas atitudes, das reações, do que a gente faz quando gosta. O texto chegou nas mãos do Pedro Bial, apresentador do programa. Então, no paredão, eu quase tive um treco quando vi que ele falou um trecho do meu texto, que dizia que a Maria é a inimiga íntima de toda mulher. Saí gritando feito louca pela casa. Foi legal e assustador. Não esperava. Fui pega de surpresa. Muita gente veio falar comigo sobre isso. Inclusive o Pedro Bial. Ele é gente finíssima, escreveu o prefácio do meu livro que vai ser lançado agora. Um cara do bem, inteligente e íntegro. Admiro pra caramba e fiquei muito honrada por ele ter escrito o meu prefácio.


Você acha que a "falta de informação" em nosso país vem da falta de costume em ler e escrever?

Claro que sim. Hoje em dia o que mais tem é aquela linguagem agoniante de internet. As pessoas não sabem mais escrever. Têm preguiça de ler um livro. Mas eu acho assim: é melhor ler a revista Caras do que não ler nada. É melhor ler texto em site do que não ler nada. Ler amplia o vocabulário, os horizontes, estimula o cérebro, faz a gente viajar. Faz bem pra alma. E para a cabeça.


Qual a sua reação com o aumento intenso de conhecedores do seu trabalho? Qual a sensação que isso lhe traz?

Uma sensação de paz. Porque foi difícil o meu caminho. Eu fiz três anos de Direito, todo mundo achava que eu seria advogada. Mas eu sempre quis ser psicóloga. Então, fiz quatro anos de Psicologia. Eu tinha certeza que seria psicóloga. Mas na faculdade me decepcionei com certas coisas e desisti. Pensei “isso não é pra mim”. Me joguei de cabeça em um curso que era coordenado pelo Fabrício Carpinejar. Se chama Formação de Escritores e Agentes Literários. É curso superior. Me formei. Antes de me formar, comecei a trabalhar em agência de propaganda. Sou redatora publicitária. Eu já bati em muitas portas de editoras. Já enviei meu original (do primeiro livro) pra muita gente. Recebi uma quantidade incrível de nãos. Não sou parente de ninguém famoso. Nunca namorei ninguém famoso. Minha família não tem uma plantação de dólares. Ou seja: foi na luta mesmo. Me orgulho de não ter pago para publicar meu primeiro livro. Foi suadíssimo. Ralei muito. E ralo muito até hoje. Eu amo o que faço. E faço de coração mesmo. Me entrego. Meu primeiro livro vende bastante. Meu segundo livro eu fiz assim: juntei várias frases que eu tinha do twitter de frases, pedi pra um amigo diretor de arte fazer o projeto gráfico e fiz com uma gráfica. Não queria editora pra ele. É um livro queridinho, fofo. Eu que vendo esses dois. Meu terceiro livro vai ser vendido em livraria, pois fechei contrato com uma editora grande, boa e séria, a Editora Gutenberg. Tenho uma editora querida demais e super competente, a Gabriela Nascimento. Me sinto em casa com eles. E eles me respeitam, me escutam. Meu livro tá ficando lindo demais. Quem acompanha meu trabalho sabe que nada foi fácil e nem simples pra mim. Tive que encarar muita desaprovação. Até mesmo de conhecidos e familiares. Hum, vai ser escritora? Ih...sabe? Coisas do tipo. Mas acho que quando a gente faz algo com amor sempre tem um bom retorno.


Como você descreveria hoje, sua relação com os seus leitores?

É ótima. Uns inclusive viraram amigos queridos. Acho legal essa troca, cada um tem uma história de vida, experiências diferentes. É bacana. Infelizmente, não tenho como dar uma atenção enorme pra todo mundo, mas eu tento. Acho péssimo quem escreve e vira a cara para os leitores. Porque são eles que fazem o teu trabalho acontecer. Tem muita gente que gosta de saber se o que escrevo é de verdade ou de mentira. Nem sempre é verdade, nem sempre é mentira. Às vezes tu pega um fato da tua vida e colore ele. Em outras vezes, tu pega um fato de uma vida inventada e deixa cinza. Entende? Essa é a grande graça de escrever.


Na sua trajetória você tem encontrado diversos tipos de pessoas, entre críticos e admiradores, qual a sua reação diante disso? Tem como dosar os sentimentos?

Foi o que eu disse: a gente tem que saber filtrar as coisas. Não dá pra perder a humildade e ficar se sentindo o máximo só porque recebe elogios. E também não dá pra ficar chateada porque recebe críticas. Tem que buscar o equilíbrio.


Qual o texto que mais te emociona ou que você mais goste.

São dois: 1000 dias com ele porque é um texto importante, que fala do amor da minha vida e
Carta para ele, que está no céu. Acho que esse dispensa qualquer palavra.


Você sabe ao certo a quantidade de livros já vendidos no total até hoje? Qual seu mais recente trabalho, fale um pouco sobre ele.

Bah, não sei te dizer. A editora do meu primeiro livro trabalha com impressão sob demanda, então quando vai acabando vou pedindo mais. Mas nunca controlei isso não. Vou ao correio toda semana enviar as encomendas. Vendo bastante, mas não sei números. Com o segundo é a mesma coisa. Ele é baratinho, vende bem.

Para todos os amores errados é meu novo livro. O projeto é lindo, cheio de gente boa. A capa é maravilhosa, o projeto gráfico é incrível, sou apaixonada por esse livro. Estou louca pra ver pronto, ainda não vi. São várias crônicas que falam de pessoas que se perderam umas das outras. O tema é esse. Amores que não foram adiante. Que não tiveram final feliz. É um tema interessante e todo mundo já passou por isso, né?


Quem quiser comprar seus livros ou entrar em contato como faz? Quais os contatos?

É só mandar um e-mail para clariscorrea@gmail.com que explico direitinho como fazer.


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