Vale tudo

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Segundo o nosso síndico, Tim Maia, "só não vale dançar homem com homem, nem mulher com mulher, o resto vale". Será mesmo? Eu nada tenho contra gays, lésbicas e simpatizantes. Acho, de verdade, que o que importa é ser feliz. Aliás, a vida de quem escolhe seguir pelo caminho que a sociedade não acha "normal" é bem mais difícil. Conheço de perto a história de alguns amigos e seus conflitos. Não é fácil assumir a homossexualidade para a família ou para os amigos. Não é fácil lidar com o preconceito no trabalho, com o olhar de desaprovação, com a cara feia. Não é fácil receber e crescer com apelidinhos como "bichinha, frutinha, maricas, sapata, machorra". Ninguém, em sã consciência, escolhe o caminho mais árduo e doloroso. Homossexualidade não é doença, não é vergonha, não é opção. É algo mais profundo. A felicidade não é comercial da Becel, nem é uma família comum: um homem, uma mulher e filhos bochechudos e sorridentes. A felicidade pode ser um homem e outro homem, uma mulher e outra mulher. Não é pecado, nem agressão. Nunca tive desejos ou sonhos homossexuais, mas entre beijar um homem nojento e sem dente e beijar a Angelina Jolie, sinceramente, fico com a Jolie. 

Infelizmente, hoje em dia ainda existe um debate grande em torno desse assunto. Tem gente que se horroriza, outros não gostam de ver casais homossexuais de mãos dadas. Então eu penso: por que os heterossexuais podem andar de mãos dadas e dar beijinho no cinema e os homossexuais não? Sinceramente, não vejo diferença. O que acho feio é aquela gente se agarrando como se estivesse no quarto no meio da rua. Ser discreto é bonito. Isso vale para qualquer sexo e qualquer relacionamento. Quer saber a verdade? A vida passa rápido demais pra gente perder tempo com bobagem. Ao invés de olhar torto para o casal gay ao seu lado, vá ser feliz. Porque eles estão tentando ser. As coisas são simples, o ser humano que complica. Em Londres, por exemplo, vi vários casais gays andando de mãos dadas, se abraçando, se beijando e ninguém ficava olhando com cara de espanto. Um homem beijar outro homem não pode, mas uma menina de 13 anos dançar funk sem calcinha agarrada num outro cara pode. Mulher namorar mulher não pode, mas um personagem da novela pode ter três mulheres e arrancar risadas de todo mundo no horário nobre. Este é o Brasil.

Por falar em novela, parece que a vida anda imitando a arte. Semana passada foi divulgado um caso que deixou todo mundo com a pulga atrás da orelha: um homem e duas mulheres oficializaram em um cartório a união a três. Como assim? Pode união estável entre um homem e duas mulheres? Pode, pois essas três pessoas são solteiras. E, segundo um advogado, o caso não pode ser confundido com poligamia, já que ninguém ali é casado. Dizem que do corno e da morte ninguém escapa. Com essa nova moda é que a fidelidade vai virar artigo de luxo. Que pena, pra mim o amor é feito de dois. 
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