I will survive

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O que você está fazendo aqui, ordinária? Dá um tempo, tira uma folga, sai de férias. Eu estou cansada e quero ficar sozinha, tô com a Síndrome de Avestruz e quero enfiar a cabeça num buraco. Me chama quando o mundo mudar e as pessoas se tornarem um pouco menos assustadoras. Ai, que drama! Dramática essa menina! Deixa disso, olha pela janela. Não quero, tô sem saco, dá o fora. Sua cara está péssima, você parece um monstro verde-esmeralda-com-tons-de-azul-petróleo e, além de tudo, não fez as unhas. A falta de chocolate não está fazendo bem pra você, vamos lá, vamos lá. Mel está aqui abanando o rabo e querendo atenção. Deixa a minha cara péssima, esquece as minhas unhas e não quero dar atenção pra essa bola preta peluda, não quero dar atenção pra ninguém, nem pra mim. Já falei, evapora, chispa daqui, ô chata! Sua burra exagerada, vai ficar com cara de monstro do Lago Ness até quando, hein? Você é linda e tem uma fila de gente que te adora, quer o que da vida? Deixa de ser manca, a vida passa rápido demais pra você perder tempo pensando idiotices. Esqueci, você é imbecil. E está tendo ataques de mulherzinha frágil e monguinha.
Foi aí que meu lado forte surgiu no meio do quarto com o kit-fossa na mão. José Cuervo, pacote de ouro branco e CD (by Ciça record´s) dentro da sacola. E eu bebi, comi, ouvi o CD chora-até-cansar e coloquei pra repetir várias vezes aquelas músicas mais tristes. E fui dormir bêbada e com o olho inchado.
Pequeno diálogo mental entre a minha parte-supero-tudo-tudinho-mesmo e a outra tô-com-o-coração-esbugalhado-e-me-deixa-quieta.
Acontece. Mas o pior de tudo é quando eu falo sozinha e, pasmem, me respondo. É, eu sempre soube que não era normal.
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